Olimpíadas virtuais estimulam alunos pelo Brasil durante a pandemia e promovem intercâmbio internacional

Tradicional forma de promoção do conhecimento ganhou versão virtual durante o isolamento social e conectou escolas públicas e privadas com as de países da África e Estados Unidos

 

As olimpíadas do conhecimento promovidas pelas instituições de ensino são tradicionalmente uma forma de proporcionar a estudantes e professores novas descobertas que estimulam ideias e técnicas em diversas áreas do saber.

 

Durante o período da pandemia, no entanto, essa atividade teve que ser readequada para o ambiente virtual, criando mais um desafio de engajamento aos alunos. Mas um fato positivo também ocorreu: a oportunidade de gerar interação entre jovens de cidades distintas pelo Brasil e até mesmo de outros países que buscam oportunidade de desenvolver novas habilidades para resolver problemas.

 

Este foi o caso do Instituto Alpha Lumen, de São José dos Campos, interior de São Paulo. Ao adaptar as suas competições anuais que envolviam majoritariamente a participação de escolas públicas da cidade, a ONG percebeu um grande interesse de alunos de outros Estados brasileiros e até inscrições de escolas da Angola, Moçambique, Cabo Verde e dos Estados Unidos.

 

Há dois anos a instituição já vinha desenvolvendo uma plataforma virtual que pudesse promover desafios de alcance global e para outros projetos, mas foi a Covid-19 que acelerou o processo de implantação. A primeira experiência ocorreu com o lançamento da Olimpíada Internacional de Matemática e do Conhecimento (OIMC), com prioridade para escolas públicas. O objetivo era motivar estudantes de todo país a estudar de forma prazerosa, apesar dos desafios do momento.

 

No total, cerca de cinco mil alunos e professores de 500 instituições de ensino de todos os Estados do Brasil e Distrito Federal fizeram inscrições, além das equipes dos países estrangeiros. A próxima ação educacional que seguirá o mesmo formato será o Torneio Brasileiro de Sustentabilidade, com início em 21 de setembro.

 

“As olimpíadas, torneios e todas outras formas que tornem o aprendizado em algo prazeroso fazem com que alunos e professores sintam-se mais estimulados a descobrir o novo. Mas a pandemia trouxe um desafio adicional para o sistema de ensino convencional e acelerou a implantação de tecnologias que estavam ainda em desenvolvimento”, disse Nuricel Villalonga Aguilera, diretora do Instituto Alpha Lumen. “No nosso caso, a surpresa positiva é que o ambiente virtual conseguiu não somente manter o interesse dos jovens pelo conhecimento, mas também possibilitou um intercâmbio de escolas públicas e privadas brasileiras e internacionais de forma sem precedente.”

 

Segundo o Instituto Alpha Lumen, além criar a motivação necessária para a interação dos alunos nesse momento de crise sanitária e necessidade de isolamento social, a intenção é continuar desenvolvendo novas plataformas digitais que permitem oferecer cursos e oficinas para escolas de todo o país. Um dos objetivos é prestar apoio às crianças com altas habilidades de cidades pequenas que não tem o suporte necessário, e oferecer ajuda a professores que buscam soluções inovadoras.